Dependência de crack é maior entre as mulheres, aponta estudo
(Destruam as mulheres brasileiras, e o nosso futuro também estará destruído[por Dhennis Wheberth]... alguém está interessado nisto. ACORDA BRASIL!!!)
Fonte da matéria que segue:
Dados inéditos mostram que entre elas índice do vício é de 54%, contra
42% neles. Especialistas explicam que hormônio feminino reforça ação prazerosa
da droga e acelera a dependência
Fernanda Aranda , iG São Paulo | 11/09/2012 05:00:00
Carolina Garcia
Mulher fumando crack em SP: dependência é maior
entre elas
Dados
inéditos da pesquisa nacional que mapeou o consumo de crack e cocaína no Brasil
mostram que as mulheres acabam mais dependentes do pó e das pitadas no cachimbo
do que os homens.
O
levantamento feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) indicou que
o País
soma 2,6 milhões de usuários destas substâncias, consumidas de forma aspirada
ou fumada .
Apesar
dos homens serem líderes na taxa de uso de crack e cocaína, entre as mulheres
usuárias o índice de dependência foi de 54%. Já no sexo masculino, os
pesquisadores detectaram que 46% são viciados, diferença de oito pontos
porcentuais entre os gêneros.
Os
especialistas afirmam que o organismo delas é mais vulnerável à ação dos
entorpecentes. Isso explica por que elas são mais numerosas nos índices de
dependência. A mesma razão também está por trás de outras estatísticas
encontradas no estudo da Unifesp: 40% das usuárias relataram usar asdrogas mais de duas vezes por semana
contra 24% dos homens. Além disso, duas em cada dez mulheres já injetaram
cocaína (20%), mais do que o dobro de usuários do sexo masculino que recorrem a
esta forma de uso (8%).
Para
identificar quantos usuários se enquadram nos quesitos de dependência, que
envolvem sintomas psicológicos (como compulsão e depressão ) e sinais físicos (tremedeira,
dores de cabeça e no corpo), os pesquisadores aplicaram questionários com 42
perguntas em 4 mil moradores de todas as regiões do País, de todas as classes
sociais e escolaridades. Por serem representativos do Brasil, os achados podem
ser estendidos a toda população brasileira.
A
psicóloga Clarice Madruga, uma das autoras do mapa do uso do crack e cocaína no
Brasil, diz que “é sabido que a progressão da dependência é mais rápida entre
mulheres.”
Segundo
ela, estudos anteriores já mostram quem os hormônios femininos (principalmente
o estrogênio) podem estar envolvidos nesta maior vulnerabilidade.
“Este
hormônio potencializa os efeitos da droga, pois a torna mais prazerosa e,
portanto, aumenta o poder de dependência”, define Clarice.
A
estrutura hormonal feminina já apareceu como uma das razões para as jovens
entre 24 e 35 anos serem líderes em consumo exagerado de álcool,conforme
detectou estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) feito com mulheres
brasileiras e divulgado há quatro meses. Por causa dos
hormônios, a conexão das drogas com o cérebro é mais rápida. Elas “precisam de
menos quantidade e menos tempo de uso de tóxico para ficarem viciadas”, explicou
Camila Silveira, pesquiatra do Centro de Informações Sobre Álcool e Drogas
(Cisa) e autora do estudo da OMS feito no Brasil.
Associadas
aos fatores fisiológicos estão as questões comportamentais que favoreceram o
uso de crack, cocaína e outras drogas pelas mulheres. Até 30 anos atrás,
pontuam os estudiosos, não era socialmente aceito que a população feminina
consumisse qualquer tipo de droga.
Na época,
a razão registrada pelos centros de atendimento era de 5 homens usuários para
cada mulher. Hoje, no grupo etário menor de 30 anos, a proporção já é de 1 caso
masculino para 1 feminino, indicou levantamento feito pelo Instituto de
Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP).
Outros
números que atestam o crescimento feminino na utilização de drogas são os do
DataSUS, banco virtual do Ministério da Saúde, abastecido pelos hospitais
públicos e privados do País. Entre 2008 e 2001, as internações de mulheres
devido o uso de substâncias psicoativas (entram na lista álcool, maconha,
crack, cocaína, ansiolíticos e remédios para emagrecer, por exemplo) cresceram
21,1%, passando de 13.876 casos para 16.804, segundo levantamento feito pelo iG
Saúde.
Se elas
já estão mais numerosas, ainda enfrentam barreiras para procurar ajuda
especializada. Nos grupos de estudo da USP e da Unifesp, as mulheres chegam com
até 10 anos mais de uso crônico de drogas do que os homens. Entre as
justificativas apontadas estão: vergonha, preconceito e também limitações como,
por exemplo, impossibilidade de deixar os filhos em casa para ser submetida a
uma internação de 3 meses.
Na
primeira clínica pública de São Paulo destinada ao tratamento de drogas,
inaugurada pelo governo de São Paulo em São Bernardo do Campo, até o início do
ano passado, 46%
dos leitos exclusivos para mulheres estavam vazios devido à baixa procura .
“Sabemos
que demanda existe, mas espontaneamente elas ainda não chegam até nós”,
comentou na época a psiquiatra, então responsável pelo serviço, Alessandra
Diehl, atualmente membro da Associação Brasileira de Estudo sobre Álcool e
Drogas (Abead).
Em
resposta, algumas políticas públicas para as mulheres dependentes já começaram
a ser lançadas. No Rio Grande do Sul, as agentes sociais tentam fazer o
trabalho de recuperação com a paciente – quase sempre a chefe da família – e
das crianças.
Em São
Paulo, o Hospital Leonor Mendes de Barros, referência de maternidade para a
área central, onde está a cracolândia, foi criada uma enfermaria específica
para grávidas usuárias de crack.
Veja no infográfico os efeitos do crack no corpo:
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